Resenha: Queda de Gigantes

Nome: Queda de Gigantes 

Autor (a): Ken Follet

Editora: Sextante

Número de páginas: 912

Ano de lançamento: 2012

Onde comprar: Saraiva

Nota: 

Queda de gigantes é o novo épico de Ken Follett. O primeiro romance desta trilogia segue o destino de cinco famílias durante a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa. Aos 13 anos de idade, Billy Williams entra em um mundo de homens nos poços de mineração da Gália. Gus Dewar, um estudante de direito norte-americano sem sorte no amor, encontra uma carreira nova e surpreendente. Dois irmãos órfãos russos, Grigori e Lev Peshkov, embarcam em caminhos radicalmente diferentes separados por metade do mundo quando seus planos de emigrar para os Estados Unidos falham por causa da guerra e da revolução. Estes e muitos outros personagens têm suas vidas intimamente entrelaçadas em uma saga que se desdobra em drama intrigante e complexo. Queda de gigantes vai de Washington à São Petersburgo, da sujeira e do perigo de uma mina de carvão aos candelabros brilhantes de um palácio, dos corredores do poder para os quartos dos poderosos. Como sempre acontece com Ken Follett, o contexto histórico pesquisado é brilhante e a ação processada em movimentos rápidos. Os personagens são ricos em nuances e emoção. Está nascendo um novo clássico.

"Queda de Gigantes" é um romance histórico que se ambienta na Europa do século XX, em meio a acontecimentos que mudaram o rumo da história, destes posso citar a Revolução Russa e a Primeira Guerra Mundial. Diferente de outros romances históricos, esse livro não apresenta de forma definida e clara o herói ou o vilão, os mesmos são moldados de acordo com determinada situação, mostrando seus interesses e seus conflitos pessoais. A história é narrada em ordem cronológica de acontecimentos, sendo que seus capítulos são intercalados por diferentes personagens, de diferentes países e sobretudo, que vivem a mesma situação, porém, com nível de impacto diferenciado.

A narrativa se desdobra por cinco países - Rússia, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha e França - e a cada capítulo é narrado por diferentes personagens, cada um com sua perspectiva sobre a situação enfrentada, seja ela a pobreza e fome na Rússia,vivenciadas pelos irmãos Lev e Grigori Peshkov, ou mesmo conflitos pessoais na Grã-Bretanha, intercalados entre a família Williams e a dos Fitzherbert. 

Billy Williams, quando retratado quando criança, foi praticamente obrigado a ser precocemente, um mineiro, onde o ambiente de trabalho é dirigido por Perceval Jones, um magnata que nunca pensou sequer, em proporcionar as mínimas condições de segurança para seu proletariado, causado insegurança e futuros desentendimentos. Enquanto Billy está trabalhando na mina de carvão, a sua irmã, Ethel Williams, trabalha como governanta na mansão dos Fitzherbert. O conde Fitz, um rico aristocrata dono das terras onde é promovida a retirada de carvão, é casado com Bea, uma princesa russa. O conde se envolve com Ethel, onde essa relação é marcada por infortúnios, que o destino já tinha reservado apara ambos.

Como pano de fundo dos acontecimentos do livro, estão os conflitos marcantes do início do século XX, dentre eles, a Primeira Guerra Mundial, conhecida também como Guerra de Trincheiras, onde uma batalha poderia durar meses, onde havia fome tanto na zona de guerra, quanto nos países que a sediavam e/ou financiavam. E isto levou uma nação inteira a um desejo, que era, simplesmente, a chance de poder viver mais um dia, com pão na mesa e paz nas ruas, e isso foi belamente descrito no livro.O acontecimento é a Revolução Russa, onde o modelo autoritarista e sangrento do czar russo, que entrou em uma guerra, porém não tinha a quantia suficiente para além de patrocinar a guerra, manter viva a população, que sofria e aos poucos, queriam a revolução. E tiveram-na.

É nítida nas narrações, que o autor pesquisou minuciosamente todos os detalhes necessários para compor uma história belíssima, que mistura o real e o imaginário, porém de acordo com o modelo histórico daquela época. É impossível negar que o livro é uma aula de história, porém, em romance. Quando Follet descreve personagens históricas como Woodrow Wilson, Winston Churchill e os revolucionários russos Lênin, Trótski e Stálin, é como se vivenciássemos aquele conflito, entendendo como eles chegaram a tal explicação e porque a fizeram, ou seja, a história é descrita minuciosamente, porém com uma perspectiva humanizada, onde a emoção influi em ações que acabaram por transformaram o mundo em que viviam. 

É inegável que a quantidade de páginas do livro (912 !) possam impressionar e talvez levá-lo, caro leitor, a colocar o livro ao final da lista de leitura (isso aconteceu comigo!). Mas, aviso de antemão: A leitura é instigante, as passagens são de tirar o fôlego, com as descrições da guerra, e o que o a levou a acontecer. Não indico o livro como para todas as idades, porque de fato, não é um livro de caráter infanto-juvenil, mas aqueles (agora sim, digo todos) que procuram uma aula de história, quase ao vivo, com certeza, leitura obrigatória ! . Até ganhei pontos extras nas aulas de história, que por sorte, também estávamos vendo Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa !. Enfim, o livro poderia vir com mais 200 páginas, que eu o leria até o fim, sem medo de ser feliz, porque assim que cheguei na página 10, soube naquele exato momento, que o melhor sempre estaria por vir. E a cada página ele estava presente.

Atenção: O segundo livro da trilogia, "O Inverno do Mundo", foi lançado no fim do mês passado pela Arqueiro. O volume continua a do exato ponto onde o primeiro terminou a narrativa, relatando, mais uma vez, grandes acontecimentos que marcaram o século, como a Grande Depressão de 1924, e a Segunda Guerra Mundial. E claro, como o primeiro volume, é leitura obrigatória !

Capa do segundo Volume: